E ali, naquele corredor frio, ela tirou a grande conclusão: ''estou sozinha''.
Ninguém ali com ela, ninguém a ligar, ninguém. Completamente sozinha.
Nós só nos apercebemos da verdadeira solidão quando, de verdade, não temos ninguém.
Eu sinto uma necessidade constante de me ligar a alguém, de falar com alguém. Mas esse alguém tem de ser sempre diferente. Talvez venha daí a minha dificuldade em manter amizades. Quando a pessoa deixa de ser uma desconhecida, torna-se desinteressante. E esta é também a razão pelo qual ninguém se interessa por mim. Eu não sou nada de novo, eu sou um cliché, sou algo que já foi visto inúmeras vezes no decurso da história.
Estou condenada a uma vida monótona.
Sou uma aluna normal, com comportamentos normais, mas com uma maturidade acima do normal. Saltei a parte da adolescência. Consequentemente, não passei pela experiência que é resolvermos os nossos próprios problemas. Empanco em todos os obstáculos, por mais pequenos que sejam, e deixo-os transformarem-se em gigantes muralhas que não em deixam avançar.
Os comboios passavam e nunca mais chegava o dela. A tristeza começava a fervilhar no espírito, mas ela não ia chorar. Ele não merece que ela chore. Ela nunca lhe devia ter mostrado a sua fragilidade.
Se eu contasse a verdade, ninguém quereria acreditar. Esta vontade que tenho de fazer o que não devo quase que se sobrepõe ao meu bom-senso. Quando percebi que estava verdadeiramente sozinha, adotei o papel de ser minha mãe e minha amiga.
No entanto nenhum dos meus ''eus'' me ajudará pois os meus ''eus'' são só eu, e se eu não sei, eles também não sabem. Por mais que tente, estou perdida. Eu estou perdida. E sozinha. E vou acabar assim também, independentemente de todo o meu esforço ou empenho.
Este é o destino de toda a gente.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
terça-feira, 19 de maio de 2015
Sair
Fizeste-me sair do meu esconderijo
Baixei a guarda para te deixar entrar.
Ultimamente não tens falado comigo
Talvez devêssemos voltar atrás.
Não consigo sair daqui
Deste lugar vazio onde sempre vivi.
Onde estás quando preciso de ti?
Baixei a guarda para te deixar entrar.
Ultimamente não tens falado comigo
Talvez devêssemos voltar atrás.
Não consigo sair daqui
Deste lugar vazio onde sempre vivi.
Onde estás quando preciso de ti?
Viver Sempre Também Cansa
Corro por ti. Nunca te alcanço.
Chego sempre tarde demais.
Não chega toda a minha honestidade
Para que me venhas procurar.
Não gosto de estar presa. Não me tomes como certa.
Não me queiras ver partir. Não me deixes ir.
Os dias passam e eu espero que venhas.
Quero que me abraces, quero que me tenhas
Nos teus braços protegida. Quero que me mantenhas
Perto de ti, como se mais nada importasse.
Noites em branco, continuamente sonhando.
O que estamos a fazer? Este não é o amor que merecemos viver.
Nós devíamos ganhar muito mais. A felicidade é o que merecíamos ter.
A vida ao teu lado é o primeiro futuro no qual me imagino
Pois antes de ti, achava que não tinha futuro, não tinha destino.
Deste-me razões para continuar, para o caminho enfrentar
Salvaste-me da escuridão, coisa que há anos ando a tentar largar.
Antes tudo me deixava triste, envolvida em solidão
Agora tudo se tornou claro, limpaste o meu coração
(E encheste-o de amor por ti).
Chego sempre tarde demais.
Não chega toda a minha honestidade
Para que me venhas procurar.
Não gosto de estar presa. Não me tomes como certa.
Não me queiras ver partir. Não me deixes ir.
Os dias passam e eu espero que venhas.
Quero que me abraces, quero que me tenhas
Nos teus braços protegida. Quero que me mantenhas
Perto de ti, como se mais nada importasse.
Noites em branco, continuamente sonhando.
O que estamos a fazer? Este não é o amor que merecemos viver.
Nós devíamos ganhar muito mais. A felicidade é o que merecíamos ter.
A vida ao teu lado é o primeiro futuro no qual me imagino
Pois antes de ti, achava que não tinha futuro, não tinha destino.
Deste-me razões para continuar, para o caminho enfrentar
Salvaste-me da escuridão, coisa que há anos ando a tentar largar.
Antes tudo me deixava triste, envolvida em solidão
Agora tudo se tornou claro, limpaste o meu coração
(E encheste-o de amor por ti).
sábado, 9 de maio de 2015
Fear of the dark
There's a moment when you start seeing everything black. Don't let that happen. That's the moment when you realise you're dead on the inside.
Nobody understands how petrified you are. Nobodu cares if you're fragile or not. Nobody. You just die alone. And nobody helps you. Nobody wants to face the reality and look for a solution with you. Not even your parents.
And then you do something crazy. But they only care for a while. You'll eventually be left alone again. Nobody wants to help you clean yours tears. You may tell them how you feel about them, it doesn't matter to anyone. Only if you realy died. But then, you would have been selfish, since you knew you would hurt them. Everything you'll do from now on will be wrong for someone.
Eventually, you'll sell your soul to the devil and live lifeless because that's the only way of being in inter-peace. You won't feel a thing. It's all something. You don't really know what it is, but is.
And still, no one will see all the bad you're feeling.
They'll never know how much the little things hurt.
Maybe they're right, maybe I'm the one who's wrong, and so are you, if you feel like this. And the best part is: you're just looking for attention, or at least that's what they think.
Medo
Sinto o meu corpo a tremer devido
ao frio. Quer dizer, não tenho a certeza se é apenas devido ao frio, mas
prefiro acreditar que sim.
Eu já não tenho a certeza de nada.
Quando penso que as coisas estão a avançar e que estou no caminho certo para
melhorar, deparo-me com outro obstáculo que me tolda a visão e me deixa a
pensar. Quantas mais noites me custará isto? Eu sei lá. Cada noite perdida me
pesa mais no corpo. Não sei qual é a pior das dores: se a da alma, se a causada
pelo cansaço. As minhas fontes de força estão a fechar-se, e eu sinto o fim a
aproximar-se. O calor do Inferno atrai-me de uma forma impensável.
Sinto uma grande atração pelo fogo.
Pequeno, subtil, capaz de destruir cidades e devastar populações. Difícil de
apagar, de extinguir. Persistente. Eu gosto de brincar com o fogo. Gosto de ver
as coisas a arderem, a desfazerem-se, a desaparecerem. Não há nada que o fogo
não faça desaparecer. Agora que penso nisso, a cremação é, de facto, a melhor
maneira de uma pessoa se purificar. O fogo elimina tudo o que nos diferencia
fisicamente dos outros e solta a alma, para que esta parta e procure a sua
verdadeira casa, o seu verdadeiro dono.
É estranho, estou numa batalha
constante comigo mesma. Quero deixar de me preocupar com as pessoas, mas
continuo a pôr a felicidade dos outros à frente da minha. Quero combater o que
sinto e voltar a ser feliz, mas eu não sei ser ‘’normal’’. Isto recorda-me de
quando eu e o meu ex-namorado acabámos. Eu não sabia ser solteira. Tinha vivido
tanto tempo sendo namorada, que já não sabia viver sozinha. Não tinha amigos.
Não era capaz de ser sociável e falar com pessoas. Demorei mais ou menos meio
ano a avançar, e pouco mais de um ano a sentir que estava pronta para amar
alguém. Sinto que com a doença é o mesmo. Eu não sei ser uma pessoa saudável,
que fala de coisas normais, vai a festas, tem muitos amigos,… Vivo há tanto
tempo presa nesta angústia constante, que até a minha personalidade se formou
baseada na mesma. Por natureza, eu sou fechada e tímida, cheia de dúvidas,
insegura, sempre pronta a explodir. Se eu me curar, ninguém lidará comigo,
nunca. Ninguém achará que eu tenho direito a ser assim. De qualquer das formas,
a diferença entre sentir-me sozinha e estar sozinha não me parece muito
diferente.
Eu não entendo porque faço isto a
mim mesma. Era só eu mudar a minha atitude, e tudo ficava diferente. Já tentei.
Muitas vezes. Por mais forte que seja a minha necessidade de mudar, nunca
consigo. Ando diferente durante uns tempos mas depois volto ao mesmo. E a cena
é que eu sei que, se eu não mudar, o resto não vai modificar-se sozinho. Tudo
depende de mim, mas parece que nem dando o meu máximo consigo.
Hoje a médica perguntou-me:
<<é o corpo que está a
crescer mais rápido do que a cabeça, ou a cabeça que está a crescer mais rápido
do que o corpo?>>
Toda a gente me diz que sou mais
madura do que é suposto, que me preocupo demasiado quando não devia,… Eu não me
preocupo assim tanto, de facto. Eu simplesmente não sou capaz de ser
indiferente. Para mim, toda a gente é importante. Cada vez fico mais frustrada
comigo mesma por não poder ajudar toda a gente. Juro que ponho em causa a minha
vida para proteger a de outra pessoa. Afinal de contas, eu não dou valor à
minha vida.
Os dias mal passados parecem não
ter fim. Quando recebo uma boa notícia, aparece logo alguém para me dar um soco
no estômago. Não é que me custe a engolir o facto de as pessoas não quererem
falar comigo, é só que fico triste que as pessoas que disseram que me iam
apoiar começam a afastar-se, e eu não posso ficar sozinha com os meus
pensamentos. Cheguei a um ponto em que não só as noites, mas também os dias,
são passos a divagar. Eu analiso tudo o que todos fazem, faço uma lista mental
das consequências, incluindo cenários de como tudo decorrerá, o que tal
significa para mim, para o grupo em que estou, para o mundo. Até mesmo para
olhares, toques subtis, gestos, tiques, palavras que são usadas muitas vezes,
faço sempre esta análise. Existem inúmeros contextos e circunstâncias e num
segundo, eu sei exactamente o que vai acontecer a seguir derivado daquilo que
sucedeu. Não sei se é comum ou não fazer este tipo de análise constantemente.
Mas esta é a minha forma de perceber o comportamento humano, o que é correto e
incorrecto. Não me sinto humana a maioria do tempo. Nunca consigo ser uma
pessoa regular. Sou muito imprevisível. Incerta. Sou um risco que ninguém está
disposto a correr.
Vilão
Até escrevia uma carta para dizer
como te amo
Mas a noite é escura, e tu perdes
o encanto.
Vejo verdadeiramente quem és
E o terror instala-se de vez.
Não sei que mais te diga
Para te fazer acreditar.
Entrego-me a ti de corpo e alma
Mas tu só me mandas para trás.
A vida é curta
Mas tu sabes que és imortal,
Tu és um vilão
Não morres, mas só praticas o
mal.
Sozinha
Amar é veneno
Mata sem se ver.
De que vale dar-te o meu sorriso
Se tu dele não queres saber?
Risco o teu nome dos poemas
inacabados.
Os sonhos e os dias idealizados
Tornam-se pesadelos amaldiçoados
Que me perseguem
Todo o dia.
(Estou completamente
aterrorizada.)
De que vale amar
Se por mim nunca
Ninguém sente nada?
De que vale sonhar
Se sozinha vou acabar?
Erro
Escrevo a lápis para poder
corrigir erros
Sem sucesso porque continuo a
cometê-los.
E em vez de os resolver
Passo-lhes por cima e depois é
que vou ver
Quando já cresceram ao ponto de
me destruir.
Aí é que eu os tento extinguir,
Sem sucesso.
Eles são sempre os últimos a rir.
(Custa-me a acreditar.
Não consigo parar de pensar que
amar é como matar:
Os planos, as expectativas, é tão
bom sonhar.
Mas amar em si , tal como matar,
Faz-nos querer atirar
De uma ponte, sem nunca olhar
para trás.)
Chamar a morte
Sinto uma força dentro de mim,
Uma força que não consigo
explicar.
Uma revolta constante
Contra todos os que me tentam
amar.
Abandonada constantemente
Vejo a morte a aproximar.
Será este o meu destino?
Talvez o melhor seja te deixar
Seguir caminho
Sem mim para te desequilibrar.
Sou um peso morto que carregas
Ou já me deixaste ficar?
Vale a pena chamar a morte para
me levar
Ou ainda me vais tentar salvar?
Tento levantar-me sem sucesso
Acabando no chão a chorar.
És tu que estás a meu lado a
tentar apoiar-me?
Ou és tu que me empurras quando
já estou quase a alcançar a posição em que quero ficar?
Azul
Só para me ver sofrer
Mandaste pintar o céu de azul.
Partiste sem nada dizer,
E aqui me deixaste a morrer.
Só mais um sopro e eu sinto que
consigo voar.
Leva-me contigo, encontramo-nos
onde eu te possa amar.
Não te escondas mais, por favor,
deixa-te encontrar.
Deixa-me ser feliz, ajuda-me a
esta ponte atravessar.
Do outro lado está o resto da
minha vida
(Eu preciso de parar de pensar
Desliga-me por uns minutos
Deixa a morte atuar
Para que a minha alma se possa
salvar).
Busco um sinal de que estou
certa, de que este é o caminho que devo seguir.
Por favor diz-me que não estou
errada, sabes que me podes levar a voltar a sorrir.
Eu sou
Eu sou a boneca partida
Com o qual ninguém quer brincar.
Nunca a escolhida,
Sempre desprovida
Da diversão a que todos têm
direito.
Eu sou a alma perdida
Que vagueia sem parar,
Noite e dia.
O mar percorria,
A terra pairava.
Tudo o que eu queria
Era alguém para amar.
Eu sou a onda quebrada,
Sempre inacabada,
Nunca chego a quebrar
À beira-mar.
Desfaço-me a meio
Sem mais força para a vida
aguentar.
Eu sou a lágrima derramada
Apenas chamada
Quando algo está mal.
Em momentos de felicidade
(Não que vos interessasse)
A lágrima também queria
participar.
Mas para ela nunca há lugar.
Eu sou a peça do puzzle que não
encaixa,
Pareço sempre estar a mais.
Por mais que tente, ou que me
faça notar,
Nunca ninguém tem interesse em
por mim procurar.
Como se bastasse, sou também um
livro que lês.
Sempre me mostrei como sou,
Só tu é que não o vês.
(Talvez não me queiras ver
Gostava de poder saber
Se vale a pena viver
Para amar o outro
Mas só o ver sofrer).
There's no such thing as sadness. Sadness is everything.
Tentei deixar-me de cenas. Juro que tentei. Mudei de escola, quase deixei o passado, mas tudo continua mal. Talvez volte para o blogue, ainda não sei. Entretanto vou deixar aqui uns poemas que fiz e uns textos, alguns um pouco antigos, outros de ontem à noite. Anyway, olá de novo.
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